segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dysfunctional issues

Heat and hot summer decision´s

This time i will get you out of my skin

sábado, 14 de agosto de 2010

Aprender

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Curtas metragens

1 - Acho que a humanidade está a ficar à deriva; as pessoas não sabem muito bem se devem ou não confiar nos outros, anda-se mais solitário do que nunca. A angústia anda a crescer, a disseminar-se porque as pessoas já não sabem o que querer já que têm tudo para querer e não conseguem decidir-se. O que não é mau de todo diga-se de passagem já que é melhor ter muito do que pouco. o dificil é descobrir o muito no pouco e é aí que está a boa escolha.


2- Ninguém se deve levar muito a sério. A queda é maior de quem leva tudo a sério. Quem não leva as coisas a sério é muito mais feliz. Quem não compara a sua vida a nada nem a ninguém anda muito mais tranquilo. Se conseguirem fazer isso, ensinem-me. Partilhem lá a sabedoria, como não levar nada muito a sério, já que no final tudo tem fim. isto é dificil de entender, principalmente para mim, que levo tudo a sério para me sentir viva, para sentir que o meu coração ainda consegue trabalhar.

3- Antigamente não compreendia a palavra desistir. Agora estou a treinar-me para conseguir desistir de algumas coisas na vida. Desisitir de situações e pessoas para recuperar a energia. Perdemos energia ao pensar muito nas pessoas, ao querer muito as pessoas, somos egoistas porque queremos muito as pessoas, porque queremos mais ao nosso ego, que quer ser desejado por outras pessoas. Agora tenho que desistir de ti porque preciso amar e salvar uma certa quietude. QUem não desiste do que lhe faz mal, não consegue evoluir como pessoa, e eu quero sempre evoluir como pessoa. Eu quero muito aprender a desistir e estou contente por isso.

 4 - Todos os seres humanos fazem as suas revoluções interiores em silêncio. Abana-se, cai-se, pára-se para respirar e recuperar fôlego, e prossegue-se sem muito alarido porque não estamos para chatear ninguém. e é assim que deve ser.


5 - A vida cansa e há pessoas a cansarem mais ainda. Não me levem a mal, mas não consigo ajudar os outros a viverem as suas vidas. não sei ajudar os outros a decidirem, a tomarem decisões, a saberem o que é melhor ou pior para eles. Tenho medo de errar. Sei fazer perguntas, mas não sei aconselhar. Perdoem-me por não ser boa amiga.

6- também chateiam as pessoas pedantes, que se julgam vedetas e donas de qualidades diferentes dos demais. Todos somos diferentes, como todos os outros. Não aguento os exibicionistas, os mal intencionados, os que julgam, os que se sentem mais. Estou cansada da pouca abertura mental e da falta de simplicidade e humildade. Da falta de consciência.

7 - E perdoem-me porque as quintas-feiras de Agosto têm sido esta desgraça. Vou mas é para a serra andar de bicicleta e olhar muito o horizonte.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Agosto






















Hoje não me apetecia nada, nada sair da cama de manhã. As noites de verão são para frescuras e noitadas e esplanadas e vestidos lilases, colares, caipirinhas, vinho branco,  conversas ao ar livre, olhares ao ar livre e sorrisos também. Espraiar a mente, deixá-la solta, espreguiçar as palavras, molhar as palavras, torná-las veraneantes, a olhar a paisagem e as pessoas bonitas. Ninguém deveria trabalhar em Agosto. Agosto não rima com trabalho. Agosto rima com gosto, gostoso, cheiroso, amoroso, tudo, enfim, feito a gosto, tal como o verão deve ser. Todos os perfumes em Agosto ficam mais intensos, até aqueles que não devem ficar, mas não faz mal. Tudo floresce e cresce mais depressa, até os pelos das pernas e virilhas. Eles são como a natureza, crescem depressa; a natureza lá sabe o que faz, como diz a minha esteticista, depois de dois telefonemas clamando pelos seus serviços de tortura na caça ao pelo. Em Agosto a natureza também é madrasta, morrem as pessoas boas. Mas também estão sempre a morrer as pessoas boas. Em Agosto morreram pessoas boas. Será que ninguém consegue dizer à Morte para ter lá cautela. E depois não se espantem porque acordamos assim com esta cara, porque não queremos que morram mais boas pessoas,  porque não queremos ir trabalhar, queremos aproveitar as pessoas amorosas, os sitios gostosos, o mundo cheiroso. As minhas quintas-feiras em Agosto são parvas. Vou mas é comer um gelado.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cirurgia Lasik - Deixei de ser a cegueta! Míopes do meu País bora lá fazer!

A visão é de todos os sentidos a imperatriz, a leoa  na selva, a luz ao fundo do túnel na caminhada tortuosa do indivíduo míope e astigmático. Por estes dias, realizei a cirurgia refractiva para acabar de vez com a escravatura de anos, a óculos, lentes de contacto e afins. Depois da operação parece que tinha mergulhado no fundo do mar com os olhos abertos. O globo ocular vermelho, cheio de sangue, fez de mim várias personagens: uma personagem vampiresca, uma super vedeta, a movie star, e também a vítima de maus tratos de violência doméstica  Ao olharem para os meus olhos com sangue, soltavam-se palavras a dizer:  - deixe lá, mande-o dar uma volta, porque julgaram que tinha apanhado do meu conjuge. Ou entrar à noite no restaurante e jantar de óculos escuríssimos. Foi no mínimo muito interessante passar pela experiência, acreditem. O fabuloso, agora, é acordar, abrir os olhos e ver, com nitidez, pela primeira vez em 22 anos; é a felicidade suprema. Pensar que posso nadar numa piscina sem fazer figura de parva porque ando aos ziguezagues, ou que não passo por antipática quando alguém me acena ao longe e eu só reconheço a sombra difusa de um corpo. Acabar com as três dioptrias de miopia, é deixar para trás a condição de cegueta,  e, retirar esse estatuto do meu B.I, é indubitavelmente uma sensação maravilhosa. É daquelas coisas que se deixam para trás e não se tem pena nenhuma!
Mas, e numa passagem pelo dicionário sobre o significado de Míope, o mesmo refere:
míope - s. 2 gén.

1. Pessoa que sofre de miopia.

2. Fig. Pessoa pouco inteligente ou perspicaz.

ora, se o primeiro significado é normal , o segundo, deixa-me a pensar que ao deixar de ser míope passei para uma outra categoria, a de ser mais inteligente. Deixar de ser míope é, neste sentido figurativo do dicionário, deixar de olhar só para o umbigo com nitidez, e passar a ver bem o que e quem  passa ao longe.

No entanto, este lado figurativo do dicionário e aquela definição, deixou-me a pensar que aqueles que são míopes não são inteligentes porque não vêem um palmo à frente, e se a inteligência está associada ao ver, então os míopes são as pessoas mais inteligentes do mundo porque precisamente se vêem a eles próprios com clareza, sem sombras. Estão mais perto deles mesmos porque se vêem melhor. E quem se vê com clareza é, para mim, condição de suprema inteligência.
 Às vezes, o simples facto de ver bem ao longe os outros com clareza e nitidez pode ser  decepcionante e frustrante porque ao retirar as sombras que um olhar míope confere no acto da visualização, vai-lhes retirar a beleza; as sombras apagam as imperfeições, vê-se o essencial.  Há pessoas que só se conseguem ver com um olhar míope. O Míope, é, por sua vez, aquele que tem cuidado como anda porque pode cair; não acena a toda a gente com receio de se enganar, e vê a realidade se forçar muito muito o olhar. Os lados figurativos são mesmo lixados.