domingo, 1 de maio de 2011

i wish...

História II

Vens sempre com o mesmo tom e o mesmo acorde na voz; e a minha alma reage em sintonia com o carinho com que sempre me fizeste soltar palavras. Só se pedia o aconchego, o descanso no peito, a palavra de consolo, e mais uma vez tornamo-nos cúmplices do sentimento e das exigências externas. É nesse momento que sei o quão felizes e infelizes podem ser as pessoas assim nessa espécie de dádiva e obrigação. Tudo preenche o Amor, só o não preenche é a dúvida e o afastamento. Por isso somos próximos, não porque o impomos, mas porque na proximidade tudo faz sentido.

História I

Voltaste de repente sem artificios, e sempre o mesmo ego a pedir na casa alheia o desejo que se julgava perdido. Os teus remates foram certeiros, mas a minha vontade, algo informe, abandona uma vez mais a tua oferta de cena íntima sem pudor. Só reages aos actos ilícitos, com palavras sem arremessos; mas novamente querem-se arremessos nas palavras e nos sentidos. Há palavras que requerem outros sentidos que caminhem para lá dos horizontes. Na impossibilidade de tudo, eis que surge o teu desejo artífice, articulado, quando do outro lado só se quer dormir.