Ultimamente ando farta de tudo e de todos. Sou literalmente a canção do AV; estou bem onde não estou porque só quero ir onde não vou, e acrescento que quero o que não tenho, quero quem não tenho, e quando o tenho, volto a não querer porque deixa de ter interesse. Sou mesmo uma mente retorcida e escura. Mas esse estado de espírito já está carcomido de velho; não é a primeira vez que no meu eu se deflagram estes vulcões; ando assim mais ou menos como o Planeta, a chover imenso, a tremer de raiva, a dar umas valentes sapatadas na vida e de quem me azucrina o juízo - ainda que este último seja pouco, é, na verdade, o que tenho neste momento -. Dou por mim a detestar ver as noticias das catástrofes e a entender perfeitamente a terra, a repudiar totalmente a mentalidade dos políticos portugueses sem perceber muito bem de onde vem este ódio, a lamentar viver onde vivo, a não saber falar a linguagem de algumas pessoas, a entediar-me enormemente com as pessoas que se julgam as maiores e que os outros à volta são uma merda. Detesto pessoas pedantes (não aguento nem 5 minutos). Ainda bem que não sou rica, seria detestável; trataria todos os quem me irritassem abaixo de cão, até pior, com desprezo, indiferença, sendo portanto, a pior das piores dos pedantes. Não entendo os que não gostam de arte, ou de qualquer forma de educar o espírito através da beleza; não sei chegar às pessoas caladas, às politicamente correctas, e que actuam no amor como actuam na gestão da despesas da casa em tempos de crise: poupar, poupar e poupar. Mas se bem me lembro o amor não é negócio e muito menos economia; é gastar ao desbarato sem se preocupar com saldos e poupança; eu, tal como a Mónica Marques também sou daquelas que perguntam: Amas-me muito, quanto? Se a resposta tiver reservas então fodeu.
A cidade como produto financeiro
Há 4 anos