Os dias que se julgaram cortados, estilhaçados como pedaços de vidro, amarfanhados como novelos agarrados ao que resta da tua lembrança, foram resgatados por um barco-salva-vidas de um azul topázio que se confundiu com as águas do mar.
Os dias que se sentiram inúteis e letárgicos foram inundados por uma voz silente num bilhete de uma viagem de ida. Sei a tua origem e o teu destino, mas tu não sabes nada da minha viagem, apenas e sagradamente me conferiste a tua presença e o teu embaraço. Não foram precisas as palavras na sua forma original, a ecoar no meio dos outros para me reconheceres. Estou agora a recriar o momento em que em silêncio me tentaste salvar; mas tu não sabias que eu não quero salvação, que já não há salvação para as mulheres que estão sempre em viagem.
terça-feira, 23 de março de 2010
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