Há dias em que me sinto como a Audrey tautoo, (tão linda, ela) no papel de coco channel. Tanta força e beleza naquele olhar. Tenho que dizer que quando vi este filme, em lisboa, tinha a sala de cinema só para mim e para quem em acompanhava. Uma sala inteirinha, vazia, com 2 espectadores. Parece que aquela personagem falava só para mim. Foi como tivesse recebido um recado de lá de cima, ainda que a minha racionalidade me desvie deste tipo de comportamentos ou idealizações de mensagens divinas. Vi e revi-me naquele papel, (não querendo ser muito presunçosa ao afirmá-lo). Foi, sem dúvida, uma das melhores situações de género cinematográfico dos últimos tempos. Saí de lá com a sensação semelhante à de hoje. Assim, como que meio alienada de tudo e de todos, forte, segura, independente, suficiente só porque existo. Ultimamente, aliás, ando com desejos românticos e megalómanos, de ser maior do que tudo que está à minha volta; em certos dias, o espaço que me circunda é significativamente menor que todos os meus pensamentos; há momentos em que penso abundantemente partir por esse mundo fora sem tempo determinado, deixar de ser um nome, uma profissão, ou criar raizes; deixar de passar nas mesmas ruas de todos os dias, deixar de cumprimentar as mesmas pessoas e, partir, para misturar-me com o desconhecido, com as ruas inexploradas, com as cidades distantes; há dias que me deixo contaminar por esta incrivel necessidade de fugir e recomeçar tudo de novo, apaixonar-me por outros lugares,(porque a beleza do mundo é tanta e cura tantos males), recriar a minha vida, recriar-me, e alterar até o funcionamento das minhas células; há dias em que me apetece ser rebelde com o futuro. Há dias em que tenho a certeza que existe tanta coisa para descobrir sobre esta pessoa que me habita, tanta forma para ser e sentir; sou meio obsessiva com a necessidade de me sentir viva. Se vai desencadear alguma patologia grave, não sei, mas o que sei é que é esta obsessão que me faz andar....
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