terça-feira, 27 de abril de 2010

Provérbio chinês: Todos os dias arrumamos os cabelos, porque não o coração?




A alegria deve ser alternada com períodos de nostalgia, de reflexão, de interiorização, sem necessariamente se cair na depressão, isto é, aquela tristeza himalaia erguida dentro de nós por longos períodos que não nos deixa apreciar o bom, o belo da vida; tenho para mim que se deve aprender, no fundo, a  sedimentar as ideias nos compartimentos internos e depois deixar actuar na personalidade as boas emoções. Gosto de pessoas discretas, serenas, mas intensas; supérfluas quando têm que ser supérfluas(a vida às vezes já nos presenteia com acontecimentos pesados o suficiente). Não gosto de histriónicos, não gosto de pessoas que concentram o seu discurso a relatar a sua vida e acontecimentos que nela operam como se de uma história interessantissima se trate; milhões de estórias de milhões de pessoas deste planeta são interessantissimas; a nossa estória de vida é sem dúvida única, e como tal deve ser preservada, guardada para nós, sob pena de andar na boca de algumas pessoinhas que não sentiram o que nós sentimos quando nos aconteceu o que aconteceu, nem vêem a nossa vida como algo interessante porque também têm as suas vidas interessantes. Há ainda os que sofrem de alter egos inflamados: A pessoa que tem um alter ego inflamado é do pior que há, não obrigada. Não há ponte possível; não deixam espaço para mais nada; são os narcisos a reflectirem no lago e, isso, só emoldurado numa tela num museu. Também há o lastimoso que se torna sedento de piedade e para isso também não há pachorra. A piedade é passar o recibo de incapacidade a alguém de ser capaz de gerir a sua vida. Quem melhor do que nós para sabermos como gerir as nossas vidas? Há depois os loucos que apesar de certos e fascinantes andam a esmurrar-se com a sociedade e isso cria hematomas e depois a pomada para sarar leva tempo. Há os que têm vidas dificeis e, esses, nem tempo têm para falar, quanto mais para se queixar. Há, e para minha felicidade, o Género sóbrio e Humilde sem se despojar de personalidade; o que concilia a inteligência com Humildade e discrição, adicionando-lhe a simpatia, ainda que por dentro seja visitado pelos tais Himalaias que se instalam em nós de quando em vez; o que se rende ao mundo das ideias e das pessoas que gosta, sem medos. Silencioso e ao mesmo tempo actuante; confiante e ao mesmo tempo humilde. Há certamente mais casos que irei nomeando oportunamente; estes foram só os que têm ultimamente desfilado à frente do meu globo ocular. ah, esqueci de me integrar num destes quadros, mas agora também não vale a pena, deixo isso para o espelho de todas as manhãs.

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