Um dos melhores remédios para a nostalgia e o não saber o que fazer com o tempo é cultivar hábitos de vida saudáveis, como por exemplo a natação. Ao tempo frio, há que mexer o corpo. Hoje, depois do trabalho, em mais uma ida à piscina, percebi que se pode realmente ser saudável e diferente gastando pouco dinheiro. Há a alternativa do ginásio, claro, as máquinas todas para nos fazer malhar forte e feio, mas nessa tentativa de esculpir o que mãe natureza nos oferece com a ajuda dos genes do nossos progenitores, pode tornar-se uma grande seca, ainda por cima cansativa, mal cheirosa e dispendiosa. Toda a gente a promulgar suor depois de se espraiar(como eu gosto desta palavra)naquelas máquinas, pode ser uma aventura para repelir os mais crédulos no acto da sedução. Além de que gastamos muito mais carcanhol e nos tornamos duplamente deprimidos. Os olhares podem, de facto, enviesar quando o olfacto entra em acção. Todos nós sabemos que a sedução tem muito mais a ver com o olfacto do que com o visual. Não há nariz que aguente uma moçoila ou moçoilo mal cheiroso, transpirado; perde-se logo todo o sex appel mesmo para aqueles que são primatas nesta área, que fantasiam com o eleito(a) a cheirar a cavalo. No que a mim me diz respeito, eu cá, gosto dos perfumadinhos; a atracção é como a comida, têm um elemento em comum: - o cheiro - , que nos atrai como isco, ratoeira emotiva. Ora, a piscina, é por excelência, um local dos lavadinhos, fresquinhos e dos bem cheirosos. Depois de umas valentes braçadas, vamo-nos baptizar ao chuveiro com água quentinha, e, logo em seguida, principalmente as mulheres podem mostrar os seus melhores amigos que são nem mais nem menos os body lotions à venda no mercado. Os gostos variam e há de tudo como na farmácia, seja ele de sabor a baunilha, a morango, a olive, bem, um sem número de cremes que nos transportam para a dimensão do corpo perfumado. Hoje, uma senhora, aproxima-se de mim e diz: reconheci-a por causa do cheiro do seu creme; é mesmo bom. Para minha alegria, e pela boa escolha do meu creme hidratante, veio também a ideia de que na piscina todos somos iguais, com banha ou menos banha, sem as roupas, apenas pernas, barrigas, cabelos mal amanhados, e arrepiados, caras sem maquiagem, ali ninguém é diferente; somos, sim, diferentes pela escolha do bendito creme com que untamos os nossos esqueletos mais ou menos gorditos ou mais ou menos magritos. Fiquei contente pelo grau de fraternização que se gera nos balneários de uma piscina. A Maria, a Elisa, a Jordana a Paula, deixam a sua categoria profissional lá fora e são distinguidas pelo cheiro de um creme. É bom saber que há ainda pequenas coisas que nos podem tornar diferentes, e a um custo muito em conta. Bons motivos para ir alegre para casa jantar a sopita e a fruta do costume.
A cidade como produto financeiro
Há 4 anos
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