sábado, 26 de junho de 2010

Dias zen

Soam acordes de harpas mecânicas
nas minhas ruas interiores
para não me lembrar do que gostaria
de ter sido contigo e não fui.
Andei adormecida no possível enlace
e no meio destes dias construí-te e ergui-te
inúmeras vezes que cheguei a fazer dentro de mim
cidades e continentes a falarem de nós.
Foste uma viagem longa sem palavras,
e as que houveram não chegaram a pisar em terra fértil.
As tuas palavras não cresceram em mim
não ramificaram nem trespassaram as minhas artérias.
Só a tua imagem carismática foi presença contínua
nas horas que julgava estar a sonhar com o futuro.
Mas o futuro não se deve ver, é sagrado. 
tal como tu e eu.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O sol

Voltar para trás jamais! Em termos de crescimento, hoje somos melhores do que fomos ontem e amanhã seremos melhores do que fomos hoje! É sempre a subir.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Toma lá Coreia! retiro o que disse do Ronaldo. Abriram a caixa de Ketchup!!


Seis golos em 45 minutos, na melhor actuação de sempre da selecção nacional num mundial.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago 1922 - 2010

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."




Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008



quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dizeres a uma amiga


  • Nunca entendi como é que os solteiros são chamados de encalhados, se encalhar significa parar, atracar. Os casados, sim, são encalhados, porque páram num porto, ou numa praia, e até podem ser inconfundivelmente felizes nessa praia e nesse Porto, não se discute; mas, os solteiros, esses, têm, nada mais, nada menos, que o planeta  a descobrir, um mundo de possibilidades de novos portos e novas praias para descobrir até encalharem de vez num Porto ou numa Praia. Logo, os solteiros são tudo menos encalhados, são navegadores e viajantes. Até ficares como a Charllote, querida, podes passar pela fase da Samantha, da Carrie e da Miranda. E como diz a minha Sábia avó Francisca, nunca a desanimar, minha filha, nunca a desanimar.


  • A Bica Matinal

-  A minha filha gosta muito de si, não sei porquê!
- Ai sim, (reflexão ao não sei porquê),olhe que eu também gosto muito dela.
- Ela diz que você é muito simpática e não é como aquelas pessoas falsas que vêm aqui.
- Sorrisos tímidos, a sua filha é de facto muito simpática. Bebo a bica, fico feliz, e ao tentar puxar de mais umas palavras, fiquei na brancura, no esvaziamento e projecto um até à próxima.
   Só me saem redundâncias nestas alturas de elogios, o que, por si só,  frusta as expectativas de quem profere o elogio; se somos elogiados é natural que tenhamos uma resposta inteligente, à altura do que dizem de nós. Há no entanto, um certo bloqueio do nosso corpo nestas alturas, um Bloqueio do pensamento perante o elogio. Deveria ser assim com quem tem tendência a insultar e a criticar os outros, na altura de tecer o insulto ou a critica infundada deveria haver o esvaziamento total do pensamento.
O nosso cérebro lá saberá o que anda a fazer.

Rox Rox oooooouuuuuuhhhhh!!!!







segunda-feira, 14 de junho de 2010

As melhores frases do Mundial já a sair!

" Os golos são como o Ketchup, quando aparecem, aparecem tudo de uma vez" - Ai Cristiano, Cristiano já podia ter aprendido alguma coisa.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A benção dos homens maravilhosos no meio das Mulheres

"  A crueldade feminina fascina os homens. Amar uma mulher sem veneno é como jogar à roleta russa com uma pistola de fulminantes. A obscura força que leva um sujeito a lançar-se da pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, preso a uma frágil lona ( um parapente ou um asa-delta), em direcção ao imenso abismo azul, aos prédios aguçados, às areias luminosas da praia do pepino, é a mesma que o precipita, indefeso e nu, para os braços de uma mulher. Quando o louva-a-deus encontra a sua deusa e esta lhe diz, « vem, vou-te comer», o infeliz sabe que aquilo não é uma metáfora. Mesmo assim, seguro de que depois do amor será servido ao jantar, o louva-a-deus persigna-se e vai. É o que nós fazemos."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A minha Pátria é a lingua Portuguesa



A língua que nos constrói

"Não há como a brutal aspereza do alemão quando o que se pretende é intimidar alguém. Experimente, por exemplo gritar macht es IHNEN ETWAS AUS, WENN ICH RAUCHE, enquanto arranha o ar com os punhos e vai ver que o efeito é aterrador. A frase em causa, no entanto, significa simplesmente " importa-se que eu fume? desconfio que pouca gente teria levado Adolfo Hitler a sério, com aquele bigode ridiculo, a franjinha tenaz, a miserável figura de carteirista sem sorte, se ele se exprimisse no repousado português do Alentejo." (..)- José Eduardo Agualusa, in A Substância do Amor
.
Ao ler esta passagem hoje, dia de Portugal, do Agualusa, reflecti sobre o meu Amor incondicional  à Língua Portuguesa, à língua de Camões, Eça, Pessoa, e de todos os falantes de língua Portuguesa no mundo que diariamente lhe dão vida. O nosso País, rico na sua história, forte nas suas aventuras além marítimas, e forte na beleza por causa desta língua maravilhosa.

Vivre sa vie - Nana Dance

What is Love?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pequeno apontamento - abri a torneira..

Antes de fazermos as pazes com o mundo e com os outros temos que fazer as pazes connosco. Isso é uma conquista diária! A felicidade exige valentia como dizia Fernando Pessoa, e eu acrescento tranquilidade, não desistir, agir em tranquilidade, mas agir, não fugir.  A serenidade para perceber o que nos acontece, para nos vermos realmente, nos amarmos, para vermos quem são realmente os outros, o que sentem realmente os outros perante nós;  interagir com o outro é das coisas mais emocionantes e perigosas que existe, mas é só assim que evoluímos, entregando-nos ao maravilhoso do desconhecido, e à força dos acontecimentos, sem nos perdermos de vista, já que somos a melhor das paisagens para viajar, e contemplar. ´Nestes últimos dias forma duas as figuras que me têm acompanhado mentalmente, duas figuras completamente distintas: Nigella Lawson e Nelson Mandela. Revi-me nos dois. Entreguei-me aos dois. A Nigella pelo entusiasmo e paixão com que reconhece a sua pessoa e o que lhe dá mais prazer na vida que é a culinária. O Mandela pela força de carácter, constância, o não desistir, a profundidade de alma, a generosidade, o perdão. Tudo nestes seres é ascendente, é imediatamente reconhecivel: esperam muito deles próprios, dão o máximo deles e não esperam dos outros a energia para serem eles mesmos. Ah, também gosto de querer ser muito, muito melhor, mas sem desesperos ou ansiedades, que essas coisas dão depressões e quistos nos ovários e depois é uma carga de trabalhos.


Ando num ginásio mental a ver se consigo tamanha elevação de espirito.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Mario Benedetti - No te salves

EL lado oscuro del corazon



Mi táctica es mirarte
aprender como sos
quererte como sos
mi táctica es hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible
mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé como, ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos.
Mi táctica es ser franca
y saber que sos franco
y que no nos vendamos simulacros
para que entre los dos no hayan telón
ni abismos.
Mi estrategia es en cambio más profunda y más simple,
mi estrategia es:
que un día cualquiera
ni sé cómo, ni sé
con que pretexto por fin me necesites.

TÁCTICA Y ESTRATEGIA - Mario Benedetti

domingo, 6 de junho de 2010

um sonho possível?!

sábado, 5 de junho de 2010

Por ser boa rapariga

Há sempre a felicidade de podermos ser mais todos os dias. Sim, um MAIS e não MENOS. é este cliché que anda a peneirar no meu pensamento. É esta a condição primordial que estou gravar a canivete em pau de Madeira que é a minha existência, agora que cheguei aos 30 e muitos. Tarde, se calhar, mas espero que ainda a tempo. Dou por mim a pensar o porquê de muitas vezes atracarmos em portos de negação e auto comiseração, o que levará o nosso cérebro a permanecer na estúpida barcarola da melancolia?!! Recentemente, em conversa algo estrambelhada com um Padre a completar os 80 e muitos anos de vida, ele assegurou-me que sendo os problemas Humanos, há sempre uma solução para tudo. O que me pareceu uma reflexão básica na altura, assume, agora, o efeito de  uma poção mágica que verte a ligeireza para os acontecimentos produzidos nas nossas vidas que nos possam conduzir a um tal estado de espírito de tristeza prolongada.

Sempre fui melancólica e chorona, mas desde que conheci o charlie brown na escola, deixei de ser um criança sozinha, enfadonha, porque tinha um amigo que acompanhava os meus passos. Escusado será dizer que só tomei consciência da dimensão do charlie na minha vida agora aos amarfanhados trintas. Naquela altura andava mesmo com o cobertor debaixo do braço e detestava as tranças que a minha mãe me fazia, e ter que descer a rua no inverno para ir para a escola primária, onde tinha que conviver com os índios apaches, e os spider man´s e os seus amazing friends. Só à distância uma pessoa consegue reflectir sobre a sua existência na infância e outros lacunas que surgem lá para os 20 quando a coisa não fica bem resolvida lá atrás. Outro dia, que já não me lembro bem ouvi alguém dizer que a mulher aos 20 precisa de ser gira e mais gira, aos 30 precisa de ser inteligente e mais inteligente, e depois gira, e aos 40 já ninguém quer saber porque pode ser o que bem entender. A ser verdade esta constatação, espero que esta fase seja passageira, e como uma boa passageira de viagem que sou, que tenha a inteligência de poder olhar para mim sem amarras e cobertores charlianos. Já devia ter idade para ter juízo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

À noite os sons...

(....)"nos sons à noite: um cão, junto ao horizonte, mesmo aqui ao lado, a queda do galho de uma árvore, a respiração da terra. A água no fundo do poço que não se aquieta, não se aquieta. A tua voz a dizer o meu nome. Já agora há quanto tempo não dizes o meu nome? Apagaste-me de vez? Nunca pensei que me apagasses de vez, tive esperança de ser, ao menos, uma luzinha vacilante mas teimosa em qualquer ponto da tua memória, que se pode ignorar mas não se esquece, uma silhueta, mesmo difusa, um fragmento de cara(...)

Crónicas, António Lobo Antunes