Soam acordes de harpas mecânicas
nas minhas ruas interiores
para não me lembrar do que gostaria
de ter sido contigo e não fui.
Andei adormecida no possível enlace
e no meio destes dias construí-te e ergui-te
inúmeras vezes que cheguei a fazer dentro de mim
cidades e continentes a falarem de nós.
Foste uma viagem longa sem palavras,
e as que houveram não chegaram a pisar em terra fértil.
As tuas palavras não cresceram em mim
não ramificaram nem trespassaram as minhas artérias.
Só a tua imagem carismática foi presença contínua
nas horas que julgava estar a sonhar com o futuro.
Mas o futuro não se deve ver, é sagrado.
tal como tu e eu.